domingo, 27 de junho de 2021

Oficina G3 - Depois Da Guerra [2008] #REVIEW

 

Lançado no dia 3 de dezembro de 2008, "Depois Da Guerra" marca uma reviravolta na carreira do Oficina G3. Produzido por Marcelo Pompeu e Heros Trench, ambos da banda Korzus, o álbum ganhou uma sonoridade mais pesada. A entrada do vocalista Mauro Henrique também deu novos ares para a banda, que deixou de ser um trio. Juninho Afram também canta em algumas músicas, o baixo de Duca Tambasco está impecável e o teclado de Jean Carllos está na dose certa, além de seus guturais em algumas faixas. A bateria ficou a cargo de Alexandre Aposan e algumas guitarras base foram gravadas por Celso Machado.

O álbum abre com a introdução "D.A.G." que é para poder dar um clima para o que estava por vir... Para poder chegar arrebentando com tudo com a música "Meus Próprios Meios". Me lembro da primeira vez que ouvi porque levei um susto! As guitarras estão mais sujas e a voz do Mauro realmente é marcante. Jean berrando em algumas partes, tudo muito bem dividido. Em seguida entra a belíssima "Eu Sou" que além de contar com um instrumental maravilhoso, tem uma letra muito bacana:

Muitos dizem me conhecer
Mas me conhecem só de ouvir
Outros tentam me explicar
Negar tudo o que Eu fiz

Eu sou o princípio e o fim
Não há outro igual a Mim
Todo o poder está em Minhas mãos

Quem buscar Me encontrará
Quem pedir receberá
Quem invocar Eu vou ouvir
Eu Sou o Eu Sou

"Meus Passos" eleva o peso do álbum com uma letra baseada em Romanos 7:19,20: "Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem faz, e sim o pecado que habita em mim". Chega a hora da primeira balada do disco, "Continuar" que faz uma narrativa de um soldado cansado da guerra, fazendo um paralelo com a vida cristã. Letra muito inteligente!

"De Joelhos" volta ao peso e vemos nessa música uma pegada mais progressiva. "Tua Mão" é outra balada que tem um solo lindo! Agora vamos falar das 2 músicas inseparáveis desse disco: "Muros" e "Depois Da Guerra". Pesadas, tudo muito bem dosado e muito bem produzido, com as letras conversando entre si, pois ambas fazem uma crítica pesada contra a própria igreja que parece lutar contra si própria, deixando um rastro de pessoas feridas e mortas. Um tapa na cara do ego.

"A Ele" e "Incondicional" são 2 belas baladas. A primeira é um louvor e a segunda uma declaração de amor de Deus para o homem que conta com um belo arranjo de violão executado por Celso Machado.

"Obediência" é uma música que confesso não me chamar muita a atenção. Não é uma música ruim, mas seria facilmente descartada e não faria falta. "Better" é super pesada, uma coisa ao estilo Symphony X. Sinto uma pegada de Russell Allen na voz do Mauro, não sei se é uma influência. "People Get Ready" é um cover do The Impressions, que já foi regravada por vários nomes como Larry Norman, Rod Stewart e Jeff Beck, Dionne Warwick, Ziggy Marley, Aretha Franklin, entre outros. E o álbum fecha com "Unconditional", que é uma versão em inglês de "Incondicional", que também acho desnecessária.

"Depois Da Guerra" ganhou um Grammy Latino como Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa e um Troféu Talento como Melhor Álbum de Rock. Teve uma turnê de sucesso que resultou no DVD "DDG Experience" que em minha opinião, é um dos melhores DVDs já gravados no Brasil dentro do segmento de Rock e Metal.

Nota: 9,5/10
by Gustavo Hoft

Oficina G3 em 2008: Duca Tambasco (baixo), Jean Carllos (teclado), Mauro Henrique (vocal) e Juninho Afram (guitarra e vocal)

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domingo, 20 de junho de 2021

Theocracy - Mirror Of Souls [2008] #REVIEW

 

Theocracy é uma banda de Prog / Power Metal que no início não era bem uma banda. Formada em 2002 em Anthems no estado da Georgia, no começo era uma "one man band", ou seja, uma banda de um homem só. Matt Smith gravou assim o primeiro álbum, o fenomenal álbum auto intitulado em 2003. Matt fez tudo no álbum, somente a bateria que foi programada. Em 2013 ele relançariam esse primeiro álbum com baterias de verdade.

Então, em 21 de novembro de 2008 chegava às lojas o 2º disco, "Mirror Of Souls" e apresenta o Theocracy como uma banda de verdade, contando com Matt Smith no vocal, guitarra, baixo e teclado; Jonathan Hinds na guitarra e Shawn Benson na bateria. 

Percebemos uma produção melhor comparado ao primeiro disco e o álbum abre com "Tower Of Ashes", uma música muito coesa e melódica que fala da vaidade humana, fazendo um link com a história bíblica da torre de Babel. No final, tudo que sobra é uma torre de cinzas e mentiras. Indispensável para fãs do famoso Metal Melódico. "On Eagles' Wings" fala da dor de se perder um ente querido como um pai e que o Senhor renova as forças daqueles que se agarram Nele. 

Tu ergues meu espírito para voar longe
Para voar nas asas das águias
Tu ergues o caído para a vida novamente
Para coroar o Rei acima de todos os reis
Toda a honra, toda a glória
Erguidas em Sua majestade sobre as asas das águias

"Laying The Demon To Rest" é a mais pesada do disco e é uma aula de Prog Metal, sensacional! "Bethlehem" me emociona profundamente. Tudo nela é bonita: o instrumental, a melodia, a harmonização, a letra, a interpretação do Matt, tudo! Ela fala do nascimento de Jesus e ela já começa com a passagem do profeta Simeão que viu Jesus ser consagrado no templo e ele se alegra ao ver a salvação de Israel diante de seus olhos, assim como o Espírito do Senhor havia prometido de que ele não morreria antes de seus olhos verem o Cristo do Senhor. Para melhor entender, leiam Lucas 2:22-35. 

Oh Belém, sua estrela brilha forte essa noite
Pois os meus olhos viram a glória da luz santa da salvação
Essa criança veio para redimir a nós todos?
Para nos salvar da queda
A redenção está à vista
Contemplem, o Filho brilha forte
Sob a estrela de Belém essa noite

"Absolution Day" tem uma pegada mais Power Metal e fala que somente em Cristo temos a absolvição de nossos pecados, o que já conversa bem com a música "The Writing In The Sand" que trata sobre a mulher adúltera de João 8. Músicas bem pesadas e melódicas e uma coisa que quero ressaltar sobre essa incrível banda são as letras, um show de teologia! São poucas a bandas que tem as letras tão fincadas nas Escrituras e o Theocracy é uma delas.

"Martyr" tem uma pegada mais pesada com vários elementos de Prog e sua letra fala dos mártires que morreram pela fé. Agora, abram espaço para uma obra-prima, a faixa título "Mirror Of Souls" com seus 22 minutos e 28 segundos. Uma bela estória de um rapaz que andava perdido na chuva em uma floresta e entra num salão de espelhos. Nesse salão ele vê espelhos que não refletem a verdade, mas quando ele encontra o "espelho das almas" ele se vê como ele realmente é. Sujo, com a carne apodrecendo pelo pecado, uma figura monstruosa! Ele sai correndo e encontra um estranho na chuva que reconstrói a ponte para ele voltar e depois de redimido, ele não se vê mais no espelho, mas sim o estranho que é Jesus. Maravilhosa!

Algumas versões do álbum traz a faixa bônus "Wages Of Sin". A capa do álbum é assinada pelo artista Robert Wilson.

"Mirror Of Souls" é um artefato indispensável para fãs de Prog / Power Metal e é também uma excelente porta de entrada para quem ainda não conhece a banda e quer conhecer.

Nota 10/10
by Gustavo Hoft

Theocracy em 2008: Jonathan Hinds (guitarra); Matt Smith (vocal, guitarra, baixo e teclado) e Shawn Benson (bateria)


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sábado, 12 de junho de 2021

Stryper - To Hell With The Devil [1986] #REVIEW

 

Stryper é uma banda que dispensa apresentações. Talvez o maior nome do Rock e Metal cristão de todos os tempos, hoje quero falar desse álbum que foi um divisor de águas na carreira da banda. O Stryper surgiu no ano de 1980 com o nome de Roxx Regime, gravando uma demo em 1982.

Já em 1984, já sob o nome de Stryper, a banda lança o EP "The Yellow And Black Attack" e em 1985 o álbum "Soldiers Under Command", que fez com que conquistassem certo sucesso internacional. Mas foi em 1986 que a carreira do Stryper deu uma reviravolta, mais precisamente no dia 24 de outubro. 

Esse álbum fez com que a banda alcançasse muito mais sucesso internacional e fez com que o Stryper aparecesse nas paradas de sucesso na MTV. Sim, uma banda declaradamente cristã nas telas da MTV!

O baixista Timothy Gaines saiu da banda um pouco antes de entrarem em estúdio, sendo substituído pelo baixista Brad Cobb que gravou o álbum todo, mas Timothy voltou logo após e aparece como membro nas fotos de divulgação, porém, algumas fotos com Brad tinham sido divulgadas, como você podem ver abaixo:



Mas, vamos ao álbum... O disco abre com a introdução "Abyss (To Hell With The Devil)" que serve para preparar o clima para a faixa título "To Hell With The Devil". Uma música com um refrão forte e que faz referência à passagem bíblica Apocalipse 20:10: "O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos". 

A próxima faixa "Calling On You" tem uma pegada mais comercial, bem Hard Rock que chegou ao segundo lugar na MTV. Ela entraria fácil para qualquer filme da década de 1980, que já emenda com "Free" e juntamente com "Honestly", chegaram ao primeiro lugar na MTV. Também vale ressaltar que essas três faixas ganharam clipes. "Honestly" é uma bela balada e dou destaque para o refrão:

Chame a mim e eu estarei lá por você
Sou um amigo que sempre serei verdadeiro
E eu te amo, não vê? 
Que posso dizer que te amo honestamente

"The Way" é uma música pesada, tem um refrão cativante e um final sensacional! "Sing-Along Song" é aquela música que é boa para abrir os shows (o que o Stryper já fez bastante) porque é aquela música que tem um refrão que faz a galera cantar junto. "Holding On" tem a mesma pegada de "Calling On You", um Hard Rock bem melódico e comercial. "Rockin' The World" em minha opinião é uma das mais subestimadas músicas da banda. Pesada, tudo muito bem dosado. Uma pena a banda não explorar ela mais, a não ser na turnê de 30 anos do álbum que rolou em 2016.

"All Of Me" é outra balada linda apenas com voz e piano. E o álbum fecha com a poderosa "More Than A Man", uma das melhores músicas da carreira para da banda:

Deus, eu vou te seguir porque morreste por mim
Deu para mim Sua vida para me libertar
Todos que pedirem devem receber
Jesus em seu coração
É hora de você começar 
A dar à Deus toda glória

To Hell With The Devil é um álbum atemporal. Você consegue ouvir ele e sentir a energia da banda em seu auge. Se você não conhece Stryper, esse é um álbum que você pode começar. O disco saiu com outras duas capas:



Nota: 10/10
by Gustavo Hoft

Stryper em 1986: Michael Sweet (vocal e guitarra); Oz Fox (guitarra); Timothy Gaines (baixo) e Robert Sweet (bateria)

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domingo, 6 de junho de 2021

Guardian - Miracle Mile [1993] #REVIEW

 

Guardian é uma banda de Hard Rock formada em 1982 com o nome de Fusion, depois alterando o nome para Gardian (sem o "u" mesmo) quando assinou com a Enigma Records porque já havia uma banda espanhola com o nome Fusion. A banda também usava um visual bem futurístico. Não vou entrar em detalhes da formação que tiveram várias alterações nesse período.

Em 1988 a banda abandona o visual e adiciona o "u", fixando como Guardian, lançando assim em 1989 o primeiro disco "First Watch" que contava com Paul Cawley (vocal e guitarra); Tony Palacios (guitarra); David Bach (baixo) e Rikki Hart (bateria). A sonoridade da banda estava ainda calçada no Heavy Metal. Depois da turnê de divulgação, Cawley e Hart deixam a banda e o Guardian também deixa a Enigma Records.

Karl Ney é chamado para o posto de baterista e o então vocalista do Tempest, Jamie Rowe, é chamado e o Guardian estabelece a formação. Lançam o álbum Fire And Love em 1990 e o álbum em que vamos fazer a resenha em 1993. Vale ressaltar que Miracle Mile foi produzido pelos irmãos John e Dino Elefante do Pakaderm Studios e lançado pela Word Records, uma gravadora 100% voltada para a música cristã. 

O álbum já abre com a poderosa "Dr. Jones & The Kings Of Rythm" que é um Hard Rock bem anos 1990. Já emenda com "Shoeshine Johnny" que conta a história de um engraxate chamado Johnny e como as pessoas gostavam de ouvir seus conselhos. Destaque para o refrão:

Alguns gostam de brincar com fogo
Mas há um amor que é mais alto
E eu sei que o Senhor tem sido bom para mim, com certeza
Tempos difíceis podem vir e ir
Mas de uma coisa tenho certeza
Quando eu morrer, o homem mais rico eu serei

"Long Way Home" segue a mesma linha. A impressão que se tem é que essas 3 primeiras faixas estão conectadas, não pela letra e sim pelo estilo. Elas conversam bem entre si. "I Found Love" e "Sweet Mystery" são 2 lindas baladas que não fazem o álbum perder o embalo. Porque em seguida temos o peso de "Let It Roll" e meus amigos, que música! Pesada, cativante e que solo do Tony Palacios! 

"Mr. Do Wrong", "Curiosity Killed The Cat" e "Sister Wisdom" mantém o peso do disco, combinando bem uma com a outra. Vale ressaltar que a ordem das músicas nesse álbum funciona muito bem. "The Captain" é uma bela balada e destaco aqui a voz do Jamie Rowe, que interpretação! "You And I" é aquela música de Hard Rock que facilmente tocaria nas rádios ou estaria na trilha sonora de algum filme. Uma música com letra romântica com uma levada bem legal. 

Então, o álbum fecha com a belíssima balada "Do You Know What Love Is" que é uma das músicas mais bonitas da carreira do Guardian.

Miracle Mile é um disco consistente e é um item indispensável se você é fã de Hard Rock. 

Nota: 9,5/10
by Gustavo Hoft

Guardian em 1993: Karl Ney (bateria); Jamie Rowe (vocal); David Bach (baixo) e Tony Palacios (guitarra)

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