quarta-feira, 21 de abril de 2021

Narnia - Enter The Gate [2006] #REVIEW

 

Hoje, 21 de abril de 2021, faz exatamente 15 anos que a banda sueca Narnia nos presenteava com o álbum "Enter The Gate", sucessor de "The Great Fall" lançado em 2003. 

Aqui vemos um Narnia mais pesado, com muita influência do Progressivo e mais próximo do Power Metal Melódico, deixando um pouco de lado o Heavy Metal Neo-Clássico que a banda costumava fazer. Esse também é o primeiro trabalho depois da saída do tecladista Martin Härenstan e seria o último com Christian Liljegren nos vocais. Christian seria substituído por Germán Pascual e lançariam apenas um álbum, "Course Of A Generation" em 2009. Depois disso a banda encerraria as atividades e voltaria em 2014, com a formação clássica, tendo tanto Christian como Martin de volta.

O disco abre com "Into This Game", com guitarras mais "gordas" do que a banda costumava usar. Uma ótima faixa de abertura, rápida e melódica. "People Of The Blood Red Cross" já faz uma excelente emenda. A música nos fala de muitas vezes termos uma certa concorrência entre nós mesmos, cristãos.

Procurando por um bode expiatório em todo lugar
Você é o pecador e eu sou o santo
Quem é o vencedor desse jogo estúpido?
Será que aprenderemos a ver a verdade
E dar aos nossos irmãos uma mão de ajuda
Esta é a causa que estaremos lutando

"Another World" tem peso e cadência, em minha opinião uma das melhores do disco. Essa cadência é quebrada no final, quando a música fica rápida, dando à mesma um final explosivo. "Show All The World" tem uma pegada mais melódica, linda! Já a faixa título, "Enter The Gate" tem uma pegada mais progressiva e confesso que na primeira vez que a escutei lá em meados de 2007, não gostei. Mas hoje, simplesmente amo essa música (o que eu tinha na cabeça naquela época????). 

"Take Me Home" é primeira balada do disco. A letra fala de uma pessoa que parece estar longe do amor de Deus e anseia pela volta.

Dê-me pão e dê-me vinho
Minha alma está faminta pelo Seu amor
O fogo se foi, estou frio por dentro

O tempo vêm, o tempo vai
Navega onde a água flui
No porto de uma praia distante
Onde encontro paz em Ti, me leve para casa

"This Is My Life" talvez seja a mais fraca do álbum. Longe de ser ruim, mas é uma música que pode muitas vezes passar despercebida, claro que isso em minha opinião. "Aiming Higher" também tem uma pegada bem progressiva.

Agora chegamos no gran finale, "The Man From Nazareth". Essa música é ótima em todos os aspectos! Uma balada perfeita para encerrar o disco. A letra praticamente conta a história de Jesus. Dou destaque para os dois refrãos:

Veja o Filho de Deus entre santos e pecadores, velhos e jovens
Falando palavras de sabedoria
Vire a outra face, creia
E a verdade te libertará
Disse o homem de Nazaré
Jesus, Rei dos reis

Em Seu templo permaneceremos
Reis e nações se tornem em areia
E Sua palavra ecoará
Verdadeiro perdão para os nossos pecados
Vida eterna para você e para mim
Disse o homem de Nazaré
Jesus, Reis dos reis

Vemos aqui um Narnia mais maduro, com uma identidade mais própria. O som está mais melódico, mais progressivo, com guitarras mais "gordas". O álbum foi produzido pelo guitarrista Carl Johan Grimmark. O disco também conta com a participação do vocalista Mats Levén (Yngwie Malmsteen; Therion) nos back vocais.

Nota: 9,5/10
by Gustavo Hoft

Narnia em 2006: Christian Liljegren (vocal) Carl Johan Grimmark (guitarra); Andreas Olsson (baixo) e Andreas Johansson (bateria)

Links oficiais:

sábado, 10 de abril de 2021

Oficina G3 - Além Do Que Os Olhos Podem Ver [2005] #REVIEW

 

O ano é 2005 e depois da saída do vocalista PG, o Oficina G3 volta com o pesadíssimo álbum "Além Do Que Os Olhos Podem Ver", lançando a banda como um trio: Juninho Afram (vocal e guitarra), Duca Tambasco (baixo) e Jean Carllos (teclado). A bateria foi gravada pelo Lufe.

Percebe-se uma grande mudança no som da banda em comparação com o último disco desde então, "Humanos" de 2002. O som aqui está mais coeso, pesado e muito próximo do Metal Progressivo. Inclusive, super indicado para fãs de Dream Theater.

O álbum começa com a "Intro" que como o próprio nome diz, é apenas uma introdução de poucos segundos com alguns latidos de cachorros. E já entra pesada "Mais Alto", que tem riffs maravilhosos. O peso continua com "Réu Ou Juíz". "Meu Legado" também chega com tudo e dou destaque para a letra:

Viver sem nada tendo muito
Melhor que muito sem ter nada
Deus, o meu muito é Você

"Através Da Porta" já traz um ritmo mais cadenciado e progressivo. O disco agora emenda duas baladas: "Além Do Que Os Olhos Podem Ver", que tem um dos solos mais bonitos e "A Lição", outra bela composição da banda que fala sobre como não conseguimos desenvolver de fato os ensinamentos de Jesus.

"O Fim É Só O Começo" é um tapa na cara daqueles que desacreditam da volta de Cristo. A música encerra com um lindo solo.

Vão os dias, vêm os anos
O fim desacreditado
Aí está, diante dos seus olhos

"Lugar Melhor" tem uma pegada mais louvor, mas nada que deixe o álbum ruim. "Amanhã" tem mais peso, justamente para emendar com a maravilhosa "Sem Trégua" que tem a participação do Marcão, vocalista do Fruto Sagrado.

Agora o álbum vai para minha preferida, "De Olhos Fechados", que é perfeita em tudo: estruturação, instrumental, letra, vocal, solo... tudo nessa música é ótimo e acima da média! "Ver Acontecer" se vê claramente uma crítica ao sistema político brasileiro juntamente com uma crítica ao povo brasileiro, dizendo que a mudança tem que começar em nós. E o disco fecha com a belíssima "Queria Te Dizer", que é uma das melhores baladas já compostas pela banda.

Escutei muito esse disco em meados de 2006 e 2007 e depois de muito tempo, voltei a escutar e me fez ter um sentimento a mais por ele, subindo para o posto de meu disco predileto da banda. Sei que isso varia de acordo com o tempo (Indiferença e Depois Da Guerra já ocuparam esse posto), mas nesse meu momento, "Além Do Que Os Olhos Podem Ver" está em primeiro lugar. O vocal do Juninho está muito bom, não deixa a peteca cair e a guitarra do mesmo não preciso nem comentar! O baixo do Duca está bem na cara, uma verdadeira aula. Jean, como sempre, surpreendente! Lufe, o baterista convidado encaixou como uma luva para a proposta do álbum.

Nota: 10/10
by Gustavo Hoft

Oficina G3 na época era: Juninho Afram (vocal e guitarra); Duca Tambasco (baixo) e Jean Carllos (teclado).

Canais oficiais:

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Michael Sweet - Reborn Again [2021] #REVIEW

 

Em 2005 o Stryper lança um novo álbum de estúdio depois 15 anos com o disco Reborn, que dividiu opiniões entre o público. O que era para ser um disco solo do Michael Sweet, virou um álbum do Stryper. Muitos criticaram por causa da produção: a bateria abafada, sem quase nenhum solo nas músicas, enfim, ficou bem aquém do que o público em geral estava acostumado.

Mas como eu sou do contra, confesso que gostei do disco, apesar de óbvio ter notado a diferença do som. Não sou contra quando uma banda quer fazer algo diferente. Às vezes dá certo, como por exemplo, o Dream Theater quando lançou o "Awake", totalmente diferente de seu antecessor "Images And Words". Mas muitas vezes dá errado, como o "Load" do Metallica. No caso do Stryper, eu diria que dividiu opiniões.

Versão lançada pelo Stryper em 2005.

Michael Sweet manifestou o desejo de relançar o álbum como ele deveria ter sido lançado, com os solos, uma produção melhor e mais limpa. Então, acabou de sair do forno esta nova versão. Quero enfatizar que o álbum não foi regravado, e sim remixado e remasterizado a partir da versão demo, antes de ser gravada pelo Stryper, com alguns poucos vocais e guitarras refeitos. O som da bateria está infinitamente melhor! As guitarras estão mais "na cara". 

O disco abre com "Open Your Eyes", que está com um solo lindo, algo que a música merecia demais! Ela já tinha solo, mas esse novo ficou muito melhor. "Reborn" está com um efeito no fundo que encaixou muito bem na proposta da música. E como não poderia deixar de ser, ganhou um solo que encaixou na música como uma luva. E meus amigos, que solo!

"When Did I See You Cry" está com o começo um pouco diferente da versão do Stryper. Na minha opinião, umas das melhores mas que tinha um "solo" bem meia boca e agora tem solo à altura que a canção pede. "Make You Mine" percebi pouquíssimas diferenças, exceto pelo solo. Agora a linda "Passion" deu uma baita diferença com a guitarra mais clara e o solo, ficou bonita demais!

"Live Again" sempre achei muito legal, mas com a nova roupagem ela ficou mais cristalina. "If I Die" ficou mais pesada e "Wait" continua sendo um bom Pop Rock, mas destaco nela o baixo, que está aparecendo mais. "Rain", exceto de pela melhora na produção, percebi pouca diferença. Eu já gostava dela na versão original. "Ten Thousand Years", essa sim, com a nova produção deu outra cara. Sempre achei ela a mais fraca, mas como uma melhorada na produção pode mudar nossa opinião. As guitarras mais claras e o som da bateria melhorado deu outro ar na música. Vale lembrar que ela é uma versão do hino tradicional "Amazing Grace". 

O disco fecha com uma versão remixada de Passion, que confesso que não me agradou. Eu diria que é totalmente desnecessária.

Então, ouvindo novamente essa nova versão, fica-se claro que a produção conta e muito no produto final. Eu creio que Michael Sweet conseguiu entregar o que ele queria. 

Nota: 8,5 / 10
by Gustavo Hoft

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